sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012




Minha retrospectiva não tem nada a ver com o que aconteceu em um ano. Não tem a ver com a nota que 2012 merece. Toda bênção e consequência estão guardados em mim. E agora vomito tudo aqui. Tudo aquilo que cada gota de sangue e cada neurônio absorveu, eu jogo aqui, pra que eu nunca me esqueça o que meus dezessete anos me proporcionou.

Há três anos, eu larguei meus amigos, meu namorado, meu mundo perfeito e fui contra meus próprios valores e contra as indicações da minha própria família para abastecer a sonhadora que existia em mim. Me arrependi, quebrei a cara. Vi meus amigos de anos se esquivando até desaparecerem, vi rostos amigos torcendo pelo meu mal e vi meu grande amor indo embora.

Por satisfazer sonhos bobos, eu estava sozinha. Me culpei por tanto tempo, me arrependendo de ter olhado só para mim mesma, pela primeira vez. Deveria eu, continuar me doando sempre pelos outros, acima de qualquer coisa?

O tempo passou e as respostas chegaram. Há duas semanas eu me formei. E em algum momento, seja lá recebendo meu diploma, ou confeccionando meu texto de oratória, percebi que um sonho bobo, nunca deixa de ser um sonho. E logo, nunca deve ser ignorado.

Percebi que amigos verdadeiros não se alegram nas suas vitórias, e sim se você esta feliz com elas. Achava que um bom amigo era aquele que se doava pelo outro. Mas hoje, eu sei que um bom amigo é aquele que te lembra "Ei, se coloca em primeiro lugar sempre, porque se você não o fizer, quem mais vai fazer?".

E fui em frente com meu sonho. Perdi mil amigos. E não ganhei nem cinco. Mas cinco valiosíssimos. Cinco que não tiveram duvidas sobre acatar minhas dores. Cinco que não jogaram dos dois lados, que entenderam minhas dores, minhas repulsas. Que estiveram comigo quando os dias ficaram escuros.

Muito pouco. Muito sozinha. Mas feliz. Focada e ciente que dei asas aos sonhos corretos. Se me perguntarem se sinto falta, não nego: Sinto sim, a cada minuto. Mas não abro mão de ser feliz pelos outros, nunca mais.
Gente: Felicidade e amor são as únicas duas coisas no mundo que não dá pra colocar na mão de qualquer um! Se você não sabe cuidar do seu, quem dirá dos outros! Se alguém um dia te oferecer o próprio coração, devolva. A vida dos outros não cabe a você, cuidar. E não se esqueçam de se fazer felizes, as vezes. Brigadeiro, DVD, uma boa festa ou só acordando no fim da tarde.

Ser feliz é tão simples, que as vezes a gente nem vê. E acha que felicidade é uma pessoa, um sentimento. Eu termino 2012 assim: Feliz. E sei que sou feliz porque estou sozinha, porque eu me proporcionei essa sensação. Colhi os bons frutos que plantei e arranquei as ervas daninhas de perto. Não é o quintal mais vistoso da vizinhança, mas esta crescendo, esta crescendo... Vai vendo.

Valeu 2012! Com você eu comecei a me tornar a mulher que sonhei em ser. É só um começo. Mas o primeiro passo foi dado. Não vou mais parar. O ano de 2013 vem vindo, cheio de mudanças e novidades. Tudo vai ser experiência, crescimento. Mas vai ser feliz, cheio de sonhos dos quais eu darei asas. Cheio de amor próprio e boa companhia. Não quero rever nada que aconteceu. O que teve em 2012, fica em 2012. Tinha que acontecer. Tinha que ser daquela maneira, e por mais que isso não me deixe feliz, eu tenho aprendido a arquivar como experiência. O bem que vier, é bem vindo. E há males, que vem para o bem, não é mesmo?

Pronta pro próximo?
Welcome, 2013.

domingo, 25 de novembro de 2012

És tu


Sei que é você. Sei que é por você. Sou melhor porque tenho você. Sou amor porque sou de você. E é por isso que sempre vou ceder. Sempre vou permitir que ocorra. Porque é com você que quero chegar no fim do dia, e é seu rosto que quero ver de manhã, ao meu lado. Por saber que é você o amor da minha vida que suporto os erros e os dias ruins. Depois de uma briga, paro e me teletransporto para quando estivermos velhos, cabelos grisalhos, sentados na varanda, enquanto aqueço meus pés nos seus. É uma briga muito pequena para o destino que esta chegando. Para o futuro que estou planejando.
Planeja comigo?
Sei que estamos muito conectados, mas sei que estamos em um mundo e que não somos somente nós dois. Muita coisa de fora influencia, e vai influenciar por ambas as partes. Novas pessoas, novos lençois. Mas sei que o "Sim" do altar será pra você. Sei que no último segundo, quando tiver de pensar em alguém, vai ser em você que vou pensar. Quando eu tiver de escolher, vai ser você. Você vai se lembrar de como ficava linda nas roupas de frio, e eu vou pensar nos seus olhos gigantes, me procurando aonde quer que fosse. Você sempre entrega no olhar. 
Todo mundo te conhece só pelo o que falo. Não consigo chegar numa mesa de bar e não falar por horas do ser humano incrível que é você. Mesmo depois de uma briga, eu não consigo falar de você sem tecer elogios ao seu cérebro pensante ou seu sorriso de moleque. De como você fica lindo quando esta com a barba mal feita. Você é uma pessoa incrível e é por isso e mais duzentas mil coisas que quero terminar minha vida do seu lado. Porque você me faz ficar pequena em seus braços, e é nesse momento que me sinto mais segura, também. Quando tudo estiver perdido e estivermos em outros colos, você vai lembrar da minha voz doce quando cantava ao som do seu violão, e eu vou me lembrar dos batimentos do seu coração. Nós vamos sorrir e simplesmente ter a consciência de que somos o amor da vida do outro. Vou me levantar e encontrar minha alma gêmea. Porque sei que é você, e é por isso que espero tudo, suporto tudo. Você me escolheria sempre. Eu te escolherei sempre. O amor nos escolheu. Pra sempre. 

domingo, 11 de novembro de 2012




Junto as forças que tenho pra carregar as malas daqui pra fora. - Assim que passar dessa porta, tudo vai mudar, tudo vai mudar. – eu penso. Nada disso. Eu me viro e a vejo me nutrindo, me enchendo e me aumentando. Eu percebo nosso cordão umbilical nos juntando novamente, como um imã que procura incansavelmente o outro, para se tornar um.
Eu tento te deixar, mas sei que você me puxa de volta.
Pare de gritar, abaixe o tom da voz. Não é por autoritarismo. Escuta isso. Escuta as entrelinhas no silêncio. Se permita escutar algo além do seu alter ego. Não peço que escute minha voz. Eu sei tão pouco. Aquela criança ainda esta esperando para te escutar. Para aprender com você. Me contaram que os pais que nos ensinam essa coisa de viver, de crescer.
Aonde estava você, nessa hora?
Eu não sei nada porque você nunca me ensinou nada. Então, não escute a mim. Não escute a você. Sei que quando você se cala, inicia uma nova guerra ai dentro. São pensamentos gritando, arrancando as paredes e pulando pelas janelas. Pare os pensamentos. As palavras. Escute ao músculo dentro do seu peito. Ele é quem permite que você abra a boca para falar tantas besteiras. Dê um pouco mais de valor pra isso. Escute o que ele te suplica pra fazer.
E se ai, sim, se você quiser quebrar a cadeia magnética que temos, eu esquecerei tudo. Eu cortarei nosso cordão, nossos laços e tudo aquilo que nos une, e não volto. Eu levo as malas, os olhares e as felicidades pra fora dessa porta. E tudo será melhor. Porque você fez o que seu coração mandou, e consequentemente, você foi mais feliz com suas escolhas. Você fez o que devia ter feito, e não permitirei que se lamente, depois. Nenhuma lágrima. Você fez o que devia ser feito.
Se ainda assim doer, se ainda assim houver mágoas e arrependimento: Você continua pensando demais. E sentindo de menos.

Eu sinto muito. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O pior pra você


To precisando de um lugar quieto com você. Sem medo de quem vai chegar, da hora que preciso ir. Sem medo de você me devorar, de eu não resistir a você. Preciso de um lugar nosso, pra te mostrar o que somos nós. Preciso de um lugar vazio pra te mostrar como somos vazios.

Sou cheia das borboletas, você, da fumaça. Fumaça que te enjoa o estômago, que necrosa os pulmões e que deixa cega de mim. Você não vê, mais minha borboletas são douradas. Você já conhece essa história?

 Você não vê, mas minhas lagartas saem do casulo pra se tornarem escorpiões e cobras. E com meu veneno eu te puxo pra perto e te entorpeço com mais fumaça.

Abra teus olhos e perceba o mal. Larga esses cigarros e dê um basta na minha imprudência, na minha falta de amor. Não vê como sou perigosa? Como sou ruim pra ti?

Te vi percorrendo longos caminhos envolvida numa auréola, branca e luminosa. E eu te sugo cada mais vez mais. Eu pego toda essa inocência e transformo em podridão, enquanto eu me torno forte na sua dependência de mim. Te mordo como as saborosas maçãs verdes à minha frente, e te degusto como se fosse a primeira refeição após longos anos.

Minhas borboletas querem salvar você.

Minha borboletas querem me salvar.

Se salve! Aproveite que estou repousando e fuja. Roube as chaves e saia dessa algema. Aproveite que não estou te aplicando nenhuma droga, e na sua abstinência, me enxergue como sou. O monstro que sou.
Fuja das minhas promessas furadas, meus erros contínuos, meu jeito prepotente de ser. Sou hipócrita também. Fuja dos meus enganos.

Mas me perdoe também. Sou uma doente insana e infeliz, que morrerá sozinha. Me perdoe por meus enganos. Mesmo depois de te envolver nas minhas promessas e em tudo que pedi que você confiasse.
Eu não sou confiável.

Eu me enganei, mas não foi só a mim que decepcionei.  Eu sei. E me culpo também.

É por isso que te entrego as chaves, o antídoto e essa carta, pra que você possa ler, depois, quando curada, pra entender que eu sempre fui o pior pra você. Pode não parecer agora. Você sabe, é a fumaça.

Mas você verá, nitidamente. Eu sempre fui o pior pra você. 

domingo, 23 de setembro de 2012

A garota com olhos de estetoscópio

Ainda é cedo, mas eu já quero um cigarro. Mais um. O dia ainda não acabou, porque ainda não dormi. Nem posso. Há muita cafeína no meu organismo, e eu vou me manter aqui, em volta dos copos sujos de cinza e desse abajur fraco à direita. Mas você continua dormindo no meu colo, respirando fundo. Já escutei o nome de três garotas diferentes, mas vou ignorar e beber mais um copo. Mais um cigarro.
A garota com os olhos de estetoscópio sentiu meu coração assim que cruzou seus olhos com os meus. Sentiu que meu coração pulsava devagar. Quase congelado, ela tratou de me aquecer. E eu dizia que as pessoas não mudam. Que nem mesmo aquele café me fazia quente, quem dirá ela. Mas a garota com os olhos de estetoscópio viu novamente em meu coração que eu mentia. Que estava louca pra tudo aquecer de novo. Esquentar aqui, nos nossos lençóis. Deixa esquentar na nossa cama, no nosso toque. Ela riu, e eu desviei. 
Nunca pude com o sorriso da garota com olhos de estetoscópio. Porque ela podia ver no fundo da minha alma. Mas nunca me permitiu ver o dela. Abriu as portas, as janelas, as cortinas, abriu as pernas… Mas nunca me abrira o coração. A garota com olhos de estetoscópio podia ver o coração de qualquer um, porque ela nunca teve um coração.
Dormia pensando em duas a três garotas, mas nunca em mim. Sonambulava Ana e Amanda, mas nunca falou meu nome. Deve ser porque quando estava acordada, me fazia ser única, e não me deixava ir embora. Nunca me amou, ao fundo. Só queria cuidar do meu coração gelado. E depois de aquecê-lo, iria quebrá-lo. E eu sabia que iria fazê-lo. Mas eu só queria mais um cigarro.
Ela dormiu falando dois ou três nomes mas acordou me chamando de amor. Calçou os sapatos de princesa e foi embora. Observei os sapatos, pensando em como, que com aquela sola cor de sangue, ela sempre estaria pisando no tapete vermelho. Sendo a princesa que sempre fora.
Calçou os sapatos, desfilou por seu tapete, quebrou meu coração e foi usar seus olhos de estetoscópio em mais alguém. Na Ana, ou em Amanda, talvez. Mas tudo bem. Eu só quero mais um cigarro.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A sorte que tens

Espero que saibas a sorte que tens. Você acorda com ela todas as manhãs. Pode assistir o miraculoso momento em que ela abre os enormes olhos e te devolve um sorriso, independente da hora e da circunstância. Você assiste o espetáculo que é, aquele rosto de boneca se transformar na mulher mais incrível do mundo, quando sorri com as covinhas do rosto bem marcadas. Espero que saiba que ela ama ficar o dia todo de pijama, e que quando incomoda, ela fica sem blusa. O café é essencial, pelo menos uma vez no dia. Espero que saiba que você que terá de levantá-la, porque se pudesse, ela dormiria o dia todo. E você deve ser delicado, porque ela é a mulher mais sensível do mundo. Acorde-a com beijos, que ela o retribuirá com o carinho que só pude encontrar naquele corpo. Espero que saibas a sorte que tem. Espero que saiba que ela ama filmes, séries e todos os programas de televisão, e que ela trocaria uma festa por cobertores, você e um pouco de chocolate. Espero que saiba que ela não vê filmes dublados, mas que nunca lê as legendas. Ela se atrai pelas imagens, e só. No final de algum curta-metragem, pergunte sobre o que falava, e ela te dará detalhes, por sua simples percepção. Você nunca será uma sorte para ela. A sorte é sua, por tê-la. Ela não fala "eu te amo" com frequência, porque ela grita em seus gestos e pelos olhares todo esse amor. Ela falará que te ama, na madrugada, quando ela te ligar só pra desejar boa noite. Não espere uma demonstração de carinho, mas saiba que quando escutar sua voz ao telefone, você irá fraquejar. Ela adora crianças, e vai te respeitar se você não quiser ter filhos. Mas te aviso, com antecedência: Duas semanas para que você mesmo já tenha escolhido os nomes dos trigêmeos. Ela vai contar casos de quando o irmão menor fala ou faz algo de diferente, e vai rir, logo depois. E quando ela ri... Eu tenho vontade de chorar. Cada gargalhada é uma nota musical que balança meu coração e me faz parar de respirar. Espero que saibas a sorte que tens. Ela é tudo que queria, e nunca soube que tive. Valorize a sorte que tem. A arritmia que ela causa em você. O cheiro maravilhoso e único, que você não irá encontrar, nunca mais, em mais ninguém. Não é um perfume. Não vem de um frasco. Eu também não sei explicar. Espero que saibas a sorte que tens. Que tenhas consciência da mulher que tens ao seu lado. Pois a falta dela, é vazia como a morte. Pudera eu, ler o futuro e ter tido essa consciência, antes.

domingo, 26 de agosto de 2012

With or without you


Não sei porque você ainda mexe tanto comigo... Já se foi tanto tempo. Tantos anos... Mas você se mantém nos meus dias, nos meus desejos incontroláveis de te ter de volta. Porque minhas lembranças de você são sempre tão claras? Eu sei te dizer exatamente qual era o timbre da sua voz e qual era o único cinzeiro que você usava, mesmo ele estando do outro lado da casa. Consigo escutar seus passos pela casa, e os gritos também. Eu não entendia porque aquilo doía tanto em você. E porque doía em todas aquelas pessoas. Mas hoje eu entendo, porque dói demais não te ter aqui. Você se foi jovem demais, e eu não consegui aproveitar tudo aquilo. Havia tanto da sua vida que eu gostaria de ter explorado, perguntado, questionado. Eu faço diálogos na minha cabeça a todo momento, em que você seria o pai que eu sonho. Que você me abraçaria e choraria comigo. Você seria a emoção pra minha razão. Você seria meu cúmplice e agora, você me daria a mão e iria me acalmar, enquanto eu choraria como um bebê. Porque você foi embora quando eu ainda era um bebê. Uma criança. Eu nunca entendi porque estava deitado lá, tão frio e com todas aquelas manchas. O vermelho das suas bochechas não estavam mais lá, e eu perguntava porque você estava assim, tão diferente. Acho que não era pra eu saber, mesmo. A única chance de compreender que aquilo era um funeral, eu dormi. Você tocou em meus olhos e me fez adormecer, com seu eterno amor e carinho. Eu sempre penso que você era o diferente de todos eles e digo diferente, para melhor. Eu sinto falta desse seu "melhor". Eu sinto falta de absolutamente tudo em você. Até hoje não consigo escutar sua banda predileta sem pensar em você, ou até mesmo, chorar. Porque não pude ficar mais uns anos, contigo? Ou porque, você esta sempre tão vivo em minha mente? Já perdi tantas pessoas, mas só você marcou com essa intensidade. Eu só gostaria de te dizer que hoje eu sei que os tratamentos doeram e calejaram tudo que você ainda possuía. Que você foi aquilo que interpretei como super-herói e que eu só compreendi isso quando pude encostar nos restos. Quando avistei os dentes e relembrei seu sorriso amarelado. Eu queria tanto que você estivesse aqui para me fazer rir com suas brincadeiras e me encher de toda a alegria que você possuía em seu olhar. Eu só queria escutar novamente a sua voz, ou sentir seu cheiro. Qualquer coisa. Por mínimos segundos. Eu sinto sua falta a cada dia e eu só queria algumas horas com você. Se puder me escutar agora, só acredite nisso: Eu amo você. Eu sinto sua falta. Eu te quero aqui, comigo. Volta logo...  

domingo, 29 de julho de 2012

Mais duas portas fechadas

Foi sendo muito desleixada com a minha vida que deixei que qualquer um entrasse, fizesse a bagunça que quisesse e logo depois saía, me deixando aos prantos. Muitas vezes eu não consegui organizar minha vida novamente e até hoje encontro vestígios fora do lugar, que nunca saberei onde colocar. E por ser desleixada demais com minha vida que dei segundas, terceiras e até décimas chances pra quem nunca mereceu a primeira. Por ser desleixada demais com minha vida que sempre saía das relações machucada, calejada, e quase sempre, chorei calada. E por ser desleixada demais com minha vida que hoje me recuso a cometer o mesmo erro. Agora tudo termina nas minhas exigências. Ficou estranho sem motivo, mentiu pro meu bem, não apareceu quando devia, quer ser amigo dos meus inimigos, cometeu erros mínimos, e até mesmo, bobos? Fora. Não dou chance para erros e machucados maiores. Não importa as desculpas, as explicações. Eu não vou acreditar. Há tempos que descobri que amigos, de verdade, não da pra contar nem em somente uma mão. Na verdade, fazendo a conta, não consegui levantar um dedo, se quer. Pode parecer drama, até mesmo uma bobagem. Mas experimente ver pelos meus olhos e entrar dentro da minha mente. É perturbador tudo que passei. Não ouse julgar, se não passou por minha vida. Cada um da a importância que quer para as próprias dores. Se você fosse eu, tenho certeza, já teria tomado esse tipo de atitude muito antes. Não dá mais para gastar meu tempo com quem não vale a pena e que não faz por mim nem metade do que eu faço pelos outros. Infelizmente é assim. Cortando laços apertadíssimos com um só corte. Bruta. Seca. No fim das contas, até sozinha. Mas segura.  

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Indiferença



Nem preciso jurar indiferença. Sai natural. Você não entende. Me aluga o dia todo perguntando se eu estou chateada e porque estou assim. Não foi nada. Impressão sua. Eu poderia falar. Poderia falar que estou cansada. Cansada da sua vida complicada que me engloba a cada segundo. Poderia falar que sempre fiz tudo por prazer. Tudo que fiz até hoje por você, eu quis, eu lutei. Nunca fiz parecer uma obrigação, como você fez comigo. Como você faz. Como se você me fizesse um favor. Eu quis estar com você. Eu quis passar pelos olhares torcidos, pelas palavras ditas em minhas costas. Eu quis passar por todo o sofrimento pra no fim, sorrir contigo. Mas agora, eu não faço questão nem de falar. Fujo de qualquer diálogo contigo. Só de pensar que responder a alguma de suas perguntas abrirá espaço para que eu tenha que dirigir a palavra novamente a você, me fecho. Não quero ter que te olhar. Não quero falar. Quem dirá escutar. Então você fecha a cara e sái. Sái irritado. A alguns meses atrás eu te procuraria e pediria desculpas. Falaria que era somente um dia estressante e que estava descontando em você. Mas hoje... Ah, tchau pra você, também. No fim da noite, te beijo e me viro na cama. Se você me procura, eu te satifaço. Eu me satisfaço. Acabou? Certo, vire pra lá e procure dormir depois de mim. Não quero escutar nem ver seus surtos de sonambulismo. De manhã, nem dê bom dia. O dia perto de você, há tempos que não é bom. Faço seu café, me arrumo e agradeço ao elogio. Você se veste na melhor roupa e eu acho graça. A meses atrás você me faria arrancar aquelas roupas com a boca. Mas agora compreendo o que minha mãe diz sobre as lindas plantas carnívoras. Atraem, interessam, chamam atenção. E te arrancam o dedo. Agora, você não me arranca nem suspiro, nem sentimento, nem se quer preocupação. Eu não me importo com mais nada. Se você chora, eu não fico curiosa. Se você não chega, eu não ligo. Se vocÊ não me procura, eu agradeço. Quer saber a verdade? Eu só não vou embora, pra não perder a razão. Depois que tudo acabar, eu não quero ter que explicar aos nossos amigos o porque acabou. Só quero dizer que você terminou e é você que deve explicações. Só estou esperando você estar farto de mim, assim como eu estou de você. Estou esperando quando você vier fazer sua dramatização sobre o porque devemos nos separar. Vou assentir, e me retirar. Fácil, simples. Seco, leve. Só quero ter razão, só quero tirar o corpo fora pra nunca mais ter que reviver você. Chega. Foi-se o tempo em que eu dava a vida por você. Não vou insistir onde não ha nada. Eu não vou te procurar, não vou insistir. Não vou me interessar. Desista de mim. Estamos no patamar da relação em que ela já não existe mais, mas ninguém se dá o trabalho de falar. Enquanto você não fala, eu te observo. Não vou ceder. E não vou insistir. Que as coisas sigam no seu fluxo. Não tenho pressa pra ir, e você, não tenha pressa em reconquistar. É um esforço c-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e inútil.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

3 years


Todos os dias me dou a chance de apagar todo esse amor. Apertar o botão de deletar e recomeçar minha vida.Vai! Aperta! Vai! Não vai. Claro que não vai. Acordo e passo o dia inteiro com um olho no botão, pronto para apertá-lo, e o outro, procurando qualquer sinal divino que me fale “Viu! Por isso você não pode deletar esse amor! Ele está aí, de volta!” Procurando qualquer sinal que me salve da solidão. Acabo dormindo me consolando “Amanhã o sinal vem, amanhã o sinal vem...” Esse amanhã se transformou em aproximadamente 1095 dias, 36 meses, 150 semanas. Três anos me explodindo de esperanças.  Três anos. Hoje fazem três anos que eu cometi o pior erro da minha vida. E o erro que eu mais precisei e quis viver. O erro que me deu um tapa na cara e me fez ver que minha concepção de mundo estava completamente errada. O mundo é muito mais cruel. O mundo vai te magoar, vai te ferir e você vai sorrir. Você vai se levantar todos os dias e se iludir pra viver aqui. Ou você é forte e ignora, ou você é fraco e finge. Eu me descobri fraca. Meus escudos não me protegeram desse amor. Minha frieza foi aquecida e derreteu aos seus olhos verdes. Então me permiti, usufruindo do meu direito de estar eternamente apaixonada. Sentindo prazer em cultivar esse sentimento. Exercendo meu amor, mesmo que meu amor tenha partido. Sim. Me recusei a terminar meu relacionamento simplesmente porque não sei viver sem ele. Utilizo minhas boas lembranças e meu amor pra me saciar todos os dias que a saudade vem e fala “Minha filha, acorda!”. Não, não vou acordar, não! Por muito tempo me convenci de que não gostava de você. E ignorei todos os sinais. Me recusei a enxergar. Segui minha vida. E fui claramente infeliz. Toda noite me deitava e lembrava. Sofria. Doía. E hoje, concluí: Não estou pronta pra te deixar embora. Nunca estive. Provavelmente nunca estarei. Você, caro leitor, pode estar pensando que sou louca. Não sou. Só não tenho pressa de me curar. Dizem que o tempo resolve tudo. Mas no meu caso, ele é claramente preguiçoso. E não me preocupo mais. Quando for pra você ir embora, você irá. Não te obrigarei mais a sair da minha vida. É você que ainda tem me salvado. Toda vez que me envolvo e me decepciono com um novo cara, penso “Eu tenho o amor da minha vida, seu idiota. É só por ele que sofro”. E acabo que esqueço e não me deixo entristecer. Eu tenho você, exclusivamente pra fazer isso por mim. Afinal, quem disse que o amor é fácil e bom? O amor dói. Enlouquece. E vicia. Principalmente o amor da sua vida. Você, meu amor. Amor da minha vida.  Vem ou volta, sem pressa. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Iceberg

Eu não escolho deixar ninguém. Sou uma porta aberta, grande e larga. Quase ninguém me toca. Quase ninguém faz questão de se encostar. Ao mesmo tempo que sou um mistério que todos querem conhecer, todos tem muito medo de se perder. Porque sou misteriosa mas sou aterrorizante. Ninguém passa por mim sem sair meio louco ou diferente. Mas a verdade é que eu nunca atraio as pessoas para mim, como também nunca as afasto. As pessoas se interessam demais e me temem demais, e me torno uma saída fácil e rápida, como uma válvula de escape. A grande questão é quando olho pra trás só consigo me ver. As coisas que batalhei por mim, as coisas que fiz por mim. Vejo quantas vezes mereci ser feliz e não fui. Eu olho pro passado e só me vejo. Eu me construí. E me desapego de tudo aquilo que fez parte da minha vida e não contribuiu com nada. Por isso é tão fácil me despedir de qualquer um. Eu não crio sonhos e expectativas nesses seres que só me trazem um bem momentâneo e não me provocam as grandes lições de vida. Eu não me apego. Não me iludo. As pessoas passam por mim, e eu não me empolgo. Alguns mergulham, me conhecem e eu sorrio e amo. Mas assim que elas decidem partir eu me despeço e respiro. Sento no meu sofá e vejo meu filme. Abro minha garrafa de vodka e não sofro. Algumas outras nem se importam em chegar perto. E eu também não. Ninguém me desperta a curiosidade e o interesse. Eu não sei quando e como essa atitude atípica me ocorreu. Mas eu não me lembro de ter sido diferente. Eu nasci desapegada de qualquer pessoa e sentimento. Eu vivo bem. E não importa muito com quem eu vivo. É isso que chamam de ser fria. As pessoas se enganam. Acham que eu passo uma imagem de despreocupada. Eu sou dez vezes mais fria por dentro. Só se vê um iceberg por completo se você mergulhar bem fundo. E quando você chegar lá, vai estar frio demais. E já não vai ser mais capaz de respirar. E não existirá salvação pra você. Mas não sou fria. Pra mim, fria é uma condição que você adquire depois de ter a confiança quebrada. Pra mim, pessoas que nascem com um desapego natural das pessoas se chama equilibrada. Não-necessitada. Não-carente. Auto-sustentável. É aquela pessoa que pratica uma coisa muito importante, mas que quase não se vê mais hoje em dia: Amor próprio.