quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Adeus


Ele pigarreia, me cumprimenta e pergunta se esta tudo bem. Não. Não está. E ele sabe disso. Mas quer fingir que não sabe do que estamos falando. Tudo bem... É mais fácil assim? Digo que tudo está maravilhoso, só pra ironizar o quanto é ruim. Nem me dou ao trabalho de perguntar como ele esta. Não importa. Não posso me importar.

Preciso fechar as portas de vez, ser fria. Preciso cortar esses sentimentos. E eu sei que só consigo fazer isso na base da dor. Vai ter que sofrer pra desintoxicar da droga, minha filha. Vai ter que passar por reabilitação, vai ter abstinência e todo aquele clichê. Mas pelo menos eu quero tirar ele da minha vida. É o primeiro passo, mas era o que eu achava ser o mais impossível.

Você não quer falar sobre isso, então eu vou sair sem me despedir. Olho novamente sua aliança na mão direita e nós dois pensamos juntos, sofremos juntos e entendemos juntos também. Você nunca me quis de volta. Só quis suprir a dor de perdê-la. Mas agora, que ela esta de volta... Porque você precisa de mim?
Você não precisa. E é por isso que dou um basta nessa relação. Porque sou uma líder, nata. Eu não nasci pra banco de reserva, segunda opção. Engoli meu orgulho por exatos cinco anos, pra não receber nem metade do amor que te dei. Pra mim é assim: Amor a gente não desiste. Tem que lutar, mesmo. Sofrer, engolir orgulho, correr atrás. Já fui ate desprezada por não desistir de você.

Mas assim como amor a gente não desiste, amor a gente não implora. Vai ser assim? Me procurar só quando as coisas apertam? Sai fora. Não sou divã pra lamentações. Eu quero que me chame na fome e na bonança. Na festa e nas lágrimas. E se for só pra metade, valeu aí, mas eu passo.
Dói demais não saber dos seus dias, e você não sabe a alegria de quando te vi engolindo seu orgulho pra vir falar comigo. Mas seu ego já inflou novamente... E eu não vou esperar você finalmente ver a amiga maravilhosa que fui pra você. Não. Se em cinco anos você não foi capaz de perceber isso, não lhe darei nem mais um minuto.

Ela vai embora. Vai embora pra sempre, e em breve. E quando você olhar pro banco de reservas, ele estará vazio. Eu me recuso a me humilhar mais uma vez por você. Eu desisto de te ter pela metade. Não precisa correr atrás, perguntar, pedir desculpas. Agora é tarde. Eu já fui embora, e essa é a ultima vez que eu vou gastar minhas palavras, meus pensamentos e minhas lágrimas com você.
Só pra me despedir. Eu não ousarei falar no seu nome. E você não ouse me amar novamente. Você fez sua escolha, e agora você colhe as consequências.

Um beijo, meu amor. Meu anjo.

Não foi infinito. Infelizmente, não foi.